Vivo num deserto de água
Assisto deitada no chão o dia nascer nublado
Água no céu
Eu gostei de te imaginar
Embora eu não conheça
Sou um deserto molhado
Eu gastei o último olhar antes de dormir
No seu rosto
E depois no céu nublado
Sonhos úmidos me espreitam
Morre a vegetação do semi árido
Mas o sertão está em toda a parte
Um céu vestido de algodão
Eu sonho
Um olho de água na terra
Brota mais quando chove
A vida só é verde aonde molha
Toda noite maré de enchente
Eu alago
Sonhos úmidos me alcançam
A vegetação pantaneira brota
Alastrada no chão
Acordo com sede
Nenhum comentário:
Postar um comentário