João,
o Normal comeu minhas melhorias
minhas alegrias
minhas fantasias
o Normal colheu com as mãos sujas
minhas cores
o Normal parido
há muitos anos
natimorto
seco
brotou da fenda
pegando fogo
o fogo do Normal não purifica
queima lentamente
pira
cobre o céu
ou chumbo
de norte a sul
não quero o novo e nem o velho
chega de Normal
quero arrancar essa língua
da minha cabeça
essa língua não me deixa pensar
direito
essa língua é o Normal
Norma
eu quero pensar sem letras
palavras
cantar assobio do vento
vento existe
até no sol
o normal que vá
pro diabo
que o carregue